Os 3 As do desenvolvimento pessoal e da liderança

Conhecer e liderar a si mesmo é um caminho árduo e incontornável para o desenvolvimento pessoal e para o exercício da liderança. Não há atalhos a tomar! Podemos buscar um diploma, técnicas ou ferramentas externas para melhorar nossa capacidade de gerenciar pessoas, processos e negócios. Mas nada disso terá efeito se não fizermos um mergulho necessário no nosso próprio eu, voltando à superfície com uma compreensão profunda de quem somos e do que queremos – e de como tudo isso afeta nossa vida pessoal e profissional.

Nossa personalidade, valores e estilo de vida têm impacto sobre diversas facetas da nossa atuação no trabalho: a forma como resolvemos problemas e tomamos decisões, a disposição para inovar e para correr riscos, o modo como lidamos com o conflito e com a mudança, o relacionamento com as pessoas e a postura diante do mercado, entre outras dimensões.

É o nosso tecido interno (aliado à cultura da empresa) que explica, entre outras questões, a preferência por construir soluções e decisões de forma individual ou compartilhada. Não há um estilo absolutamente certo ou errado; isso depende do contexto. Porém, se você está responsável, por exemplo, por desenvolver uma parceria externa ou liderar um projeto de inovação aberta, certamente precisará muito da capacidade de construir acordos – o que incluir negociar, lidar com a diversidade, ter clareza e empatia com a condição do outro e ser flexível para se ajustar ao contexto e buscar novas soluções.

Técnicas de negociação podem ser muito úteis. Mas serão pouco efetivas se não vieram acompanhadas de um grau elevado de consciência sobre as próprias emoções, valores e ideias e de um esforço intencional para fugir do automático, se sobrepor ao impulso e ao contexto e buscar, no tesouro interno de possibilidades, a melhor forma de agir em cada situação.

Esse caminho de conhecimento e desenvolvimento pessoal passa obrigatoriamente por 3 As:

Infográfico Lifelong learning

 

O primeiro A é a AUTOCONSCIÊNCIA, ser capaz de se perceber e reconhecer as suas atitudes e comportamentos mais recorrentes em cada situação. A autoconsciência passa por entender o que você faz e como se comporta. Parece algo simples, mas muitas pessoas sequer chegam a esse primeiro degrau e, surpresas com a reação dos outros, passam a vida dizendo “eu não fiz nada”.

O segundo A é o AUTOCONHECIMENTO: entender o que está por trás do que você faz ou diz. Ter autoconhecimento é perceber a linha invisível que move nosso jeito de pensar e agir; é entender como nossas ações e reações não são fruto apenas do contexto objetivo, mas são também influenciadas por nossos valores, preferências, experiências, emoções e mecanismos de defesa ou de afirmação pessoal.

O autoconhecimento é um espelho necessário, mas nem sempre benevolente: ele às vezes nos diz, por exemplo, que nossa irritação com um colega ou chefia encontra mais explicações em nós mesmos do que na outra pessoa, como bem analisou Carl Jung. Sem essa compreensão, podemos até mudar de empresa ou de equipe, mas carregaremos conosco a semente para que esse problema reapareça no futuro. O autoconhecimento passa por reconhecer como somos afetados em cada situação e identificar o porquê.

O terceiro e último A é a AUTONOMIA. Aqui, autonomia não quer dizer independência ou insubordinação ao outro, mas a capacidade de se autogovernar, de controlar os próprios impulsos e fugir do piloto automático. A partir da consciência e do conhecimento sobre si mesmo (o que você faz e por que), ter autonomia é ser capaz de escolher entre repetir um comportamento ou atitude que você considera adequado ou, então, adotar um novo curso de ação. A autonomia é aquilo que nos tira da inércia (“eu sou assim”) e nos coloca no caminho do desenvolvimento pessoal (“eu posso ser ou fazer diferente”).

A autonomia é um caminho de escolha individual. Não significa abandonar o seu estilo e preferências pessoais, mas não se tornar refém nem de si próprio, nem das circunstâncias externas. Autonomia nem sempre é fazer o que se deseja (o mundo real não funciona assim). Ela significa reconhecer como nós e os outros são afetados em cada situação e adotar intencionalmente um modo mais saudável, maduro e equilibrado de agir. Isso também é inteligência emocional e um caminho importante para ser capaz de liderar a si mesmo, uma etapa indispensável para quem planeja conquistar a liderança de outras pessoas.

 

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